domingo, 22 de janeiro de 2012

Edfu


Com quase uma semana de atraso, segue o relato da terça-feira a tarde.
Percorremos de ônibus os 350 km que separam Abu Simbel de Kom Ombo, chegamos ao navio por volta das 11h. Assim que embarcamos, teve  inicio a  navegação rumo a Edfu.
Curtimos 4 horas de navegação pelo rio Nilo na parte superior do navio, desfrutando da bela paisagem e do sol forte que buscava combater o frio trazido pelo vento cortante. Aproveitei para atualizar o blog dos dias anteriores.

Em Edfu, seguimos de charrete ao templo dedicado ao Horus, filho de Isis e Osirís.



Na entrada do templo há uma estátua em mármore preto com a cabeça de gavião, imagem de Horus.




As inscrições nas paredes são impressionantes. Algumas narram a história da luta entre Hórus e seu tio Set, responsável pelo assassinato de Osíris, pai de Hórus.  Set assumiu a forma de um hipopótamo, Hórus venceu a luta caçando o tio com uma lança.  





A noite teve festa da Galabeia, vestimos trajes egípcios, jantamos, dançamos, brincamos e demos muita risada.


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Abu Simbel


A saída para Abu Simbel foi agendada para as 2h10 da manhã, o meu organismo não está cada vez mais confuso com os horários de sono! Chegamos ao complexo de Abu-Simbel as 5h30, o céu ainda estava escuro e o frio nos castigava.

Acho que nunca vou me esquecer da primeira imagem que vi do templo de Ramsés II, ainda era noite e pudemos ver as quatro estátuas do faraó (com 20 metros cada uma) iluminadas por lâmpadas artificiais. A magnitude das esculturas é espantosa, o templo é realmente "faraônico". Visitamos o templo por dentro e mais uma vez fiquei impressionada  com os desenhos nas paredes, lindíssimos. Os temas são sempre os mesmos: faraós fazendo oferenda aos Deus ou relatos de guerra. 





Saímos do templo e vimos o nascer do sol, um círculo amarelo surgindo de dentro do lago Nasser. 







Em seguida visitamos o segundo templo do complexo, bem menor que o primeiro,  dedicado a esposa predileta de Ramsés: Nerfretari. 




Ambos os templos foram escavados na rocha, impressionante a habilidade dos antigos egípicios.   Nos dias 21 de fevereiro (provavelmente a data de nascimento de Ramsés) e 21 de setembro (provavelmente dia da sua coroação) o sol ilumina três estátuas do faraó que estão dentro do templo. Como o templo foi removido para não ser encoberto pelo lago Nasser, ambas as datas foram alteradas para o dia 22.


Abaixo o relato postado pela Chrys no facebook:

O dia hj foi espetacular, acordamos, ou melhor, levantamos a 1:40hs pois sequer dormimos... e as 2:10hs saimos rumo a Abu Simbel, pegamos nossa escolta privada e após 3:30hs de viagem de onibus (congelante, diga-se de passagem) chegamos a região dos templos de Ramsés II e Nefertare, sua esposa... chegamos ainda estava escuro, o céu iluminadopela lua e muitas estrelas... o vento cortante, um frio d...e uns 2°C fomos tds juntinhos para o templos de Ramsés II, ele foi aberto para nossa visita, estamos só o nosso grupo, é simplesmente maravilhoso, por dentro ainda esta colorido e o absurdo de pensar como esse templo foi esculpido na rocha a seculos atras, e nos anos 60 foi recortado e transportado para 180m adiante para não ser inundado pelas aguas do lago Nasser... vimos o nascer do sol, e fomos ao templo de Nefertare... foi um show!!!! ate agora quase 100% de aproveitamento do dia... agora após o almoço no navio, escrevo isso apreciando a navegação pelo rio Nilo... Estou me sentindo a própria Cleópatra!!!!! bjssss

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Asswan/ Kom Ombo

Hoje iríamos para Abu Simbel,  localizado a 230 km de Aswan. O trajeto é realizado em comboio, ainda não entendemos muito bem qual a necessidade deste acompanhamento. Acordamos as 3h da manhã, pois o comboio sairia as 4h30, porém, as 4 horas foros informados que a o passeio foi cancelado devido a uma manifestação de trabalhadores na estrada. O guia remarcou nosso encontro para as 9h sem contar qual seria a programação.
A primeira surpresa foi um passeio de feluca, tradicional embarcação egípcia. Durante uma hora navegamos pelo rio Nilo neste barco a vela. Em uma das margens a cidade de Aswan, na outra a Núbia. A emoção é indescritível, impossível não pensar que estávamos navegando em um dos rios mais importantes da história ocidental.
Após o passeio visitamos uma loja de papiros. Samuel, vendedor da loja, nos deu uma aula sobre a fabricação do precursor do papel. Ele também nos explicou o significado dos desenhos mais tradicionais. Adorei o do “Julgamento Final” que relata a decisão sobre o destino da alma de um faraó: o paraíso ou o inferno.  Resumindo: há um empate no julgamento e cabe ao Deus da justiça a decisão final, ele compara o peso do coração do réu com uma pena, como o coração é mais leve, fica decidido que ele irá para o paraíso. Caso fosse mais pesado, o destino seria o inferno. Não resisti, comprei uma cópia deste desenho para pendurar na sala da minha casa. Também comprei um com o alfabeto em hieróglifos e o meu nome escrito no cartucho, da mesma forma como eram escritos os nomes dos faraós. Fiquei encantada com os desenhos em papiro, um mais lindo do que o outro!
Por fim, visitamos o obelisco inacabado, situado em uma pedreira em Asswan. Ele está na horizontal e tem 43m de altura. Assistimos a um vídeo que simula o processo de construção e transporte dos obeliscos no antigo Egito, muito interessante. É impressionante o conhecimento de matemática e engenharia dos antigos egípcios.
Voltamos correndo ao navio, pois ele sairia as 14 horas, mas ao chegarmos uma surpresa: a saída havia sido transferida para as 3 horas da manhã. O motivo? A estrada para Abu Simbel havia sido liberada e os outros passageiros foram para o passeio e só voltariam as 19 horas. Ficamos muito bravos e no final das contas, combinamos com o nosso guia que faríamos a visita para Abu Simbel no dia seguinte. Em decorrência deste arranjo, fomos de ônibus visitar o templo de Kom Ombu, primeira parada que o navio faria no dia seguinte.





Após percorremos os 160 km de ônibus, chegamos ao templo de Kom Ombu, dedicado aos deuses: Sobek  (crocodilo) e Horus(falcão). O templo é lindíssimo. 



























Ao final, paramos em uma tendo egípcia, onde pudemos desfrutar de suco de manga, narguile e apresentação musical.

Vila Núbia



O navio é bem pequeno, mas a cabine é boa. Conseguimos cochilar vinte minutos antes do almoço. Em seguida, nos dirigimos para Vila Núbia, vilarejo situado as  margens do rio Nilo. 












O trajeto foi percorrido a barco, os barqueiros nos brindaram com uma apresentação musical. Em determinado momento nos convidaram para dançar e em roda acompanhamos o ritmo contagiante. Se ainda havia algum vestígio de sono, foi totalmente apagado.
                




Ao chegarmos ao nosso destino, Amr nos perguntou quem queria andar a camelo, inicialmente fiquei ressabiada, mas terminei a aventura com a suspeita de que fui um beduíno em outra vida. kkk  O primeiro obstáculo é subir no camelo sentado, esta parte é fácil.  Esperei que ele se levantasse morrendo de medo, eu já me vi rolando para o chão assim que aquele animal se levantasse, mas foi tranqüilo. Descobri que os camelos são muito mais altos do que eu imaginava, mas, apesar da altura, me senti muito segura. O passeio foi divertidíssimo, cada camelo tinha o acompanhamento de um guia, logo no início do trajeto, o meu guia já me passou as rédeas. Fomos os últimos a sair, e ficamos para bem  para trás dos outros, o meu acompanhante sugeriu que corrêssemos para alcançar os outros, no início me recusei, ele quis subir no camelo para andar comigo, lógico que recusei. Ele continuou insistindo para correr, acabei concordando. Que emoção! Corremos tanto que ultrapassamos o restante do grupo. Terminado o passeio, consegui descer do camelo tranquilamente, nem precisei de ajuda.
                Durante o passeio pude observar o colorido das casas núbias, todas são pintadas com cores alegres e vivas, algumas são decoradas com desenhos.

                Em seguida, visitamos uma escola. O prédio é semelhante as escolas brasileiras. Um professor núbio nos ensinou os números e o alfabeto na sua língua. A encenação foi ótima, o professor bravo, colocava de castigo quem não conseguia acompanhar a lição. A Chrys ficou um tempo de frente para parede. Kkkk











                A parada seguinte foi em uma casa núbia. O dono tem alguns crocodilos de estimação, pudemos pegá-lo no colo. Apesar de ter tirado uma foto com ele, não posso deixar de relatar o quanto é triste ver a situação destes animais, eles passam o dia presos em um espaço minúsculo ou posando para fotos nos colos dos turistas. Tomamos mais chá de karkadeh e alguns integrantes do grupo fizeram tatuagens de rena com desenhos típicos do povo núbio.
Após um dia de muita diversão, voltamos ao navio para jantar e dormir.

Ah, sim! Durante o passeio mais lojinhas e assédio de vendedores.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Ilha de Philae

Após dois dias sem registro e de muita diversão, volto a escrever sobre a viagem. Olho para o relógio: 23h41, o despertador vai tocar a 1h30. Neste caso, melhor não dormir e aproveitar este tempo para contar o que tem acontecido por aqui.
Ontem deixamos o Cairo em direção a Aswan. O vôo saiu as 4h45. Como teríamos que despertar as 1h30, decidimos não dormir (parece que isto está virando um hábito).  Dormimos um pouco no avião e passamos a manhã totalmente atordoadas de sono.
                Chegamos ao nosso destino as 6h30, antes de irmos para o navio visitamos os seguintes pontos: Barragem de Aswan, Ilha de Philae de Palácio dos Perfumes.
                A barragem foi construída no rio Nilo e forma o Lago Nasser, um dos maiores reservatórios de água do mundo. Vários sítios arqueológicos foram inundados pelo lago. A UNESCO promoveu uma frente para resgatar os templos já descobertos e que ficariam submersos e eles foram removidos para as margens do lago Nasser e do rio Nilo.




Em seguida fomos a Ilha de Philae, localizada no lago Nasser. Embarcamos em uma lancha e em pouco tempo alcançamos a ilha, onde pudemos visitar o templo egípcio dedicado a deusa Isis. Conta a mitologia que Isis era casada com Osíris, que foi assassinado pelo irmão Seth. O assassino de Osíris retalhou seu corpo e jogou as partes no rio Nilo. Isis encontrou o coração de Osíris no local onde o templo foi construído. 




 O que mais me impressiona nas construções egípcias são as inscrições na parede, elas estão em alto relevo nas paredes externas e baixo nas internas. Os desenhos são cheios de simbologia e os hieróglifos apresentam as histórias dos deuses e os costumes do povo egípcio.  Infelizmente, na era cristã, algumas imagens gravadas nas paredes dos templos foram desfiguradas, ainda é possível ver as formas, mas as feições e o corpo foram totalmente picotados. Foram salvas as partes que estavam encobertas por barro e areia. 

Na volta, ao desembarcarmos, no caminho entre o barco e o ônibus, passamos por um corredor cheio de lojinhas. Que horror! Os vendedores nos cercam por todos os lados, oferecem uma mercadoria dizendo um preço que vai reduzindo a cada negativa do cliente. Produtos oferecidos a 50 dólares passam a custar 10 em menos de um minuto. Fiquei tão desnorteada, não consegui comprar nada.
Eu já estava exausta, mas ainda tinha o Palácio dos Perfumes. Uma loja que vende essências de todo o tipo. Fomos recepcionadas com uma aula sobre os diversos tipos de essências e sua utilização e com um delicioso karkadeh (chá de hibisco). Eu estava tão cansada, durante a explicação sobre as essências meus olhos pesavam e confesso que cheguei a cochilar. Voltei para o ônibus e apaguei, acordando apenas quando paramos no porto para embarque no navio M/S Semiramis II.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Alexandria

Despertamos as 6h00, o frio da manhã gelava até a alma. Vestimos nossos agasalhos e após o café da manhã, percorremos os 190 quilômetros que separam o Cairo de Alexandria. Ao longo da estrada oliveiras e muita areia.


                O céu do Cairo estava lindíssimo, azul e limpo, por outro lado em Alexandria: chuva,chuva e mais chuva... Já na entrada da cidade nos deparamos com ruas alagadas e muito trânsito. Em um dos pontos chegamos a ficar parados por cerca de 30 minutos, até que o motorista fez o retorno, mudando o itinerário.















              A primeira parada foi na biblioteca de Alexandria, construída no mesmo local da famosa biblioteca considerada a maior da antiguidade. Infelizmente após alguns incêndios históricos tanto o prédio quanto o acervo foram totalmente destruídos. Para a construção na nova biblioteca, houve um concurso envolvendo cerca de mil e quatrocentos projetos arquitetônicos do mundo todo, o vencedor foi um arquiteto húngaro. O prédio foi concluído em 2002, tem 11 andares, sendo 6 subterrâneos. Considerada a maior  biblioteca do mundo, tem espaço para mais de 8 milhões de livros, hoje o seu acervo conta com mais de 1,5 de obras,  escritas em mais de 80 idiomas (incluindo o português). Os estudantes ocupam os espaços desta obra faraônica, nas mesas e computadores encontravam-se vários jovens mulçumanos trabalhando em grupo. Além do prédio principal há um destinado a conferências e um planetário.







Saindo da biblioteca, paramos para almoço. A chuva apertou...
                Algumas pessoas quiseram parar para compras, estava chovendo muito. Paramos em uma rua com cara de 25 de março piorada, voltei para o ônibus e iniciei este registro.
           Em decorrência dos alagamentos provocados, não podemos visitar todos os pontos previstos.

                A chuva deu uma trégua, e antes de voltarmos para o Cairo, conseguimos conhecer o Anfiteatro Romano. Na época napoleônica, foi construído um forte em cima deste Anfiteatro. Apenas em 1930, foram descobertas as ruínas que visitamos hoje.
                No trajeto de volta, fomos presenteados com um belo por do sol.